O curso traz uma abordagem teórica e prática ao navegar no dia-a-dia de um Tribunal de Justiça, demonstrando que, na maioria das vezes, aquilo que é pedido pelos sujeitos nem sempre se trata de um pedido jurídico, mas de uma demanda psíquica. A prova de que nas entrelinhas jurídicas o sujeito revela um pedido seu está na dificuldade do conflito chegar ao fim (resolução), seja através da indisposição de cada um ao acordo ou através das voltas à Vara de Família com outros pedidos, embora com nomes diferentes, e em novos processos.
Diante disso, pretende-se analisar a prática do psicanalista na interface com o Direito de Família, de modo mais específico, na lida com os conflitos amorosos, que resultam em divórcio e/ou mesmo em conflitos advindos com fim do enlace matrimonial. Além disso, pretende-se demonstrar, que por trás de um conflito jurídico e psíquico, pode haver um sintoma do sujeito. Assim, ao final, o aluno terá condições de refletir e compreender o papel da demanda psíquica, bem como a atuação do operador de direito e do psicanalista frente a ela.
Por fim, o curso é de suma importância para os profissionais que lidam com pessoas, sejam eles, os operadores de direito ou mesmo o psicólogo/psicanalista. O direcionamento apresentado poderá, a partir de uma escuta diferencial, talhar melhor a atuação desses, pois o percurso empreendido poderá ser aplicado aos mais diversos contextos. Aos psicólogos será de grande valia na escuta e na condução de casos clínicos, em quaisquer lugares. Aos operadores do direito contribuirá para compreender as entrelinhas dos pedidos das pessoas que chegam aos seus escritórios advocatícios ou na Justiça.
Enfim, compreender o conflito amoroso, nos levará a questionar “que em brigas de marido e mulher, somos convocados, a meter a colher”, especialmente, quando isso chega ao nosso trabalho. Entretanto, “metemos a colher” no sentido de responsabilizar o sujeito em sua queixa e com isso, abrirmos uma possibilidade dele fazer alguma coisa diferente, em outras palavras, inventar uma saída sua, que pode ser até do divórcio ou uma nova forma de estar na relação amorosa e, na vida.
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