Neste vídeo, o psicanalista e professor do departamento de Psicologia da USP, Christian Dunker fala sobre o percurso de formação psicanalítica e a pesquisa acadêmica. Existem profundas diferenças, o processo de formação em Psicanálise passa, essencialmente, pelo tripé: Análise, supervisão e formação. Já na academia o processo inicia-se pela iniciação científica e tem um engajamento em pesquisa podendo percorrer o mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Julguei importante compartilhar com cada um dos leitores, pois existem muitos equívocos e confusões de que a titulação asseguraria o “ser psicanalista”. É, exatamente, o contrário, o tornar-se psicanalista passa por lidar com a falta de qualquer garantia ou atestado e, por isso mesmo continuar a apostar nessa construção, que nunca termina. O psicanalista, no fim das contas, só sabe que ainda não conhece tudo. Isso não é para ficar angustiado e muito menos paralisado frente ao não saber, mas lançar-se ao movimento: não sabe, pode vir a saber. A recusa de saber caracteriza mais um sintoma ou uma ausência de fazer com ele. Talvez por isso a síntese de um psicanalista é de alguém que sempre está em movimento de invenção e reinvenção, que não espera, faz acontecer.
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