Em meio das ondas de ataques e as turbulências sofridas na França, achei pertinente compartilhar um recorte do artigo do psicanalista Contardo Calligaris:
“(…), será que ‘Charlie’ peca e cansa por sua descrença generalizada? Suprema acusação: será que ‘Charlie’ é cínico?
Eu mesmo talvez dissesse que sim, até a reunião da Washington Square – que não era uma reunião de cínicos. Ao contrário, era a reunião dos que acham que nada é sagrado para todos, SALVO o princípio de que nada deve ser sagrado para todos. O que não é pouca coisa.
Talvez, no futuro, o atentado a ‘Charlie Hedbo’ faça história por ser o momento em que a gente começou a entender que o que nos define não é a ausência de valores absolutos, mas é, sim, um valor específico: a recusa de que valores sejam aceitos e reconhecidos como absolutos.”
O trecho exposto faz parte do artigo publicado, nesta quinta-feira, 15, no Jornal Folha de São Paulo sob o título: “Por que eu sou Charlie”.
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