Janilton Gabriel de Souza
Psicólogo, Psicanalista, Educador e Pesquisador. Mestre em Psicologia (UFSJ). Especialista em Psicanálise. Coordenador da Pós-Graduação em Psicanálise do Unis-MG e docente da graduação de Psicologia. Coordena o Núcleo de Psicanálise Interfaces. Escreve, mensalmente, no Folha de Varginha e Blog do Madeira. Edita do site Janilton Psicólogo
Como escrever, o que não se diz? Escrever o Real, da morte? Lacan nos deixou em seu ensino a lição, que o Real se demonstra matematicamente, nos seus inúmeros matemas. Mas, penso que estes são os contornos ao incontornável.
Contardo Calligaris é uma das pessoas, as quais atuou com milhares de pessoas diante deste difícil de ser contornado, os ajudando a construir amarras para suportar a jornada e tornar a vida mais interessante, como ele mesmo gostava de repetir.
Já sentia a falta de sua coluna, em um espaço deixado no Folha. Um espaço, de intensa vida: De produções e elaborações em Psicanálise muito vivas. Um psicanalista que soube estar à altura da subjetividade de seu tempo, que trouxe frescor à Psicanálise e a inseriu em vários contextos, dos acadêmicos, aos jornais, passando por contribuições na TV, incluindo a série Psi (HBO).
Contardo deixa uma obra de livros, palestras e encontros com ele e a partir dele com a Psicanálise. Deixa uma obra de uma vida e uma vida em uma obra. Gratidão, pelos gestos, palavras e o sabor em cada letra. Finalizo, com as palavras da escritora francesa, Collete, que dizia que “com as palavras de todo mundo, escrevi o ninguém nunca escreveu”. Contardo soube fazer isso, como ninguém.
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